Por breves segundos apeteceu-me escrever um bilhete, e ir entregar-to em mãos. Estando ou não a chover. Afinal, tu sabes o quanto gosto de correr nos intervalos da chuva e com a ponta do nariz molhada. Tu sabes o quanto me faz feliz. Assim como quando me vinhas acordar com um beijinho na testa e eras recebido com o pior humor matinal dos arredores, lembraste? Apeteceu-me escrever-te meia dúzia de linhas só para lembrar que não te consigo esquecer. E na verdade, também, para recordar o bom que era escrever sobre ti. O bom que era encher folhas e folhas de ti. Dos teus traços. Era bom. Era. Em bom português,era. E sabes o que é que agora é bom? é bom não sentir ódio. É bom já não te amar e é bom não saber o que se sente. É bom já não saber os teus traços e não ter a marca do teu beijo na minha testa, nem nos lábios, nem no coração. É bom que só me tenha apetecido por breves segundos e ainda bem que é bom que do apetecer ao pôr em prática ainda vai um longo caminho que eu não tenho tempo para percorrer. É bom. É. Em bom português,é bom porque já era.