Apetece-me tirar-te uma fotografia. E depois, colocá-la junta da cama. E depois, sorrir-te todas as noites. E depois, antes de dormir, dizer que te amo. E depois.. oh, esperar conseguir amar-te sempre menos. Porque isto custa. Isto. Porque não cuidámos bem do nosso amor, e ele agora vai fugindo, por entre os dedos. E nós.. não sabemos se o devemos agarrar ou não. Porque se eu o agarro, tu largas, e achas que já está protegido. Porque se tu o agarras, eu largo porque estou cansada, de o agarrar sempre, com muita força. Porque se o agarrarmos os dois, temos medo de lhe dar outra vez motivos para fugir. E oh, é sempre assim. E por ser sempre assim, eu quero tirar-te uma fotografia, a sorrir, para guardá-la na estante, ou então, colar na parede. Porque acho que nunca te disse, mas um dia gostava de ser uma grande fotógrafa. E quem sabe, a tua fotografia, seja uma das melhores. Quem sabe, consigam ler nela, o quanto o meu amor é grande. Oh.. este amor que sempre gostou de bater com as portas. E agora eu sei que não vais perceber, e secalhar não és o único. Mas é verdade, ele gosta de abrir e fechá-las. Ás vezes abre e não fecha. Ás vezes fecha, sem nunca ter aberto. É assim o nosso amor. Vai e vem. E oh, apetece-me tirar-te uma fotografia e deixá-la junto da cama, para que fique ali. Sem abrir nem fechar mais portas.
Li em qualquer lado que “sobre nós dois, ninguém vai saber de tudo”. E é verdade, meu amor. É tão verdade como a Lua todas as noites, à minha janela. Ou a caneca, sobre a mesa. E o teu amor, cravado debaixo da pele. É tão verdade. Ninguém vai saber de tudo, e isso, inclui-nos a nós, sabes. Nunca vamos saber de tudo, sobre este amor. Nunca vais saber o quanto ele por vezes dói, debaixo da pele, ou, o quanto ele gosta de sorrir, sozinho para o céu. E eu, nunca vou saber o impacto que ele tem, em ti. Ou para ti. Porque, por mais que ele possa ser grande, nós não temos a força necessária para cuidar dele, pelo menos, da melhor maneira. Porque da pior, nós conseguimos, sempre. Não temos força para amar, este amor. Ou então, não partilhamos mesma quantidade de força que é precisa. Sabes, metades iguais. Sobre nós ninguém vai saber de tudo, porque tu falas para dentro. E eu, deixei de ter voz.
E oh, espero que não te zangues mas os meus cilindros voltaram a fazer-me companhia. Eles cuidam de mim, sabes.

18:36#

De caneca quente, na mão. Cheia desse forte, amargo café. E, também, desse amor. Nas mãos gélidas dessa alma desconfiada, que, observa a Lua. Observa-a e sorri-lhe. Porque assim o faz, todas as noites. Porque assim lhe conta mais um bocadinho daquele amor, que enche a caneca. Aquele amor que a confunde e que ela ama em dias de chuva, como hoje, com muita força. Não é que não o ame todos os dias, mas os de chuva, são os de chuva. E fazem dela, menos forte. Mais apaixonada. E todas as noites, ela sorri à Lua e conta-lhe mais um bocadinho desse amor. Que ela não sabe explicar. E, do qual, ela tem medo, muito medo. Mas sorri sempre e diz que não. Porque oh, ouviu dizer que o amor não se explica.E tanto ela como ele, não o sabem explicar. Esse amor que todos os dias começa com um nome feio para se chamarem um ao outro, ele o idiota e ela a gorda. E acaba com um beijo entre dois sorrisos.

11:11#

Dás cabo de mim. De todas as maneira possíveis. E as não possíveis também. Quando dizemos que chega e vamos embora por estradas opostas. Quando sorrimos e magoamos a alma um do outro, sem saber mas querendo. Tu sabes. Quando vamos buscar discussões a problemas que não são nossos, só para embirrar. E no fim, quando tu viras costas e eu meto a língua de fora. Ou vice-versa. Ou então, depois, quando voltas. Quando decides voltar ao meu jardim para dizer que não acabou. Que não vai acabar porque o nosso amor não nos deixa. Que não vai acabar porque pertencemos um ao outro. Que isto e que aquilo. E assim, dás cabo de mim. Só mais uma vez, de mais vezes, não é? e tu dizes que não. E eu devia acreditar. Devia porque me dás beijinhos na testa e gostas de aninhar o teu nariz no meu pescoço. Ou porque a tua barba gosta de morder o meu cabelo. Ou então, porque chove sempre que estamos juntos. Secalhar eu devia. E tu dizes-me amo-te e a minha alma responde baixinho, eu também. E eu devia de acreditar.

14:34#

Vim deixar-te um recado junto das fotografias na parede. E não é que eu me preocupe se o nosso amor ainda dá sinais debaixo da tua pele, nas noites de trovoada. Como dá debaixo da minha, ás vezes. Não é que eu me preocupe, sabes. Com isso e com a tua maneira de utilizar as palavras para chegares a nós - "porquê que não tentas ter outra vez o que tinhas?" e eu respondo que -"são momentos que já passaram, que não voltam atrás, percebes?"- e tu dizes que sim. "mas que as coisas podiam ser melhores, com esforço" e eu sorrindo faço um bocadinho de força para os restos do meu amor que ainda corre nas veias, não saltar e correr para ti. Juntar-se ao bocadinho que corre em ti. Porque ás vezes ele tem essa vontade. Quando chove e quando está tempo de trovoada. Mas oh, vim só deixar-te um recado a dizer que a minha alma preocupa-se com a tua. Independentemente de já não pertencerem uma á outra e, de já não ouvirem o som da chuva a bater no telhado juntas. Ela preocupa-se com a tua distraída alma. E essa preocupação já deixou de ser amor. Já deixou de pertencer ao resto de amor que corre nas veias. É diferente. É da minha alma para a tua, com um bocadinho de carinho. Não te esqueças.

12:20#

Bom dia alma. Bom dia coração. Bom dia cama desfeita e café quente na mão. Vim dizer-vos que hoje podem descansar. Desligar os vossos sensores de segurança e não se preocuparem comigo. Porque hoje não quero ser o sorriso fechado, e a ignorância em pessoa. Quero amar um bocadinho, o mundo. Só hoje, para deixar a Lua de boca aberta.

12:46#

E hoje, apetece-me deixar um bocadinho de ti aqui, ou ser um bocadinho de nós, em breves minutos. Umas palavras que não vais ler e que não são para leres, porque o nosso amor não quer. Mas que, não deixam de ser para ti. Apetece-me pensar na alma que um dia se apaixonou e que sempre o negou. Apetece-me imaginar uma alma de palavras doces e de sentimentos assumidos que nunca fui, ou nunca me deixei ser. Apetece-me sonhar com a alma que escuta com atenção e de caneca na mão, a tua voz alegre no ouvido. Ou sente a tua mão fria debaixo da blusa e que ri com arrepios. Ser a alma que recebe um beijo na testa e te empurra ou agarra. Depende da Lua. E da Lua depende o meu sorriso. Oh.. apetece-me ser doce e falar sobre ti e sobre o nosso quebra-cabeças. E que quebra-cabeças, não era? Às vezes, à noite, a minha alma ainda tenta compreendê-lo, quando se cruzam junto da almofada e observam a Lua, mas sabe bem que não é possível. Também me apetece dormir umas horinhas, porque a falta delas está a deixar-me pouco coerente. E oh, estou a sonhar connosco, vês? estou a dormir contigo na casa de madeira com a lareira acesa e a chávena na cómoda. Porque oh, em breves minutos, vim deixar aqui um bocadinho de nós.

00:49#

Bolas, hoje está frio,está mesmo muito frio, e nem a caneca de café consegue aquecer-me a alma. Nem ela, nem um dos últimos cigarros que fumo. Vou finalmente deixá-los. Não me conseguem aquecer a alma, logo hoje que ela está tão distante. E eu queria-a aqui ao pé de mim,quentinha. Não dormiu nada a noite passada e hoje ainda não se cruzou com a Lua para lhe contar o seu dia, já nem se vai cruzar, a janela já está fechada, porque oh, está frio. Está frio e a minha alma está distante, e está distante porque a tua alma veio sussurrar-me ao ouvido. E bolas, elas já não se cruzavam nas mesmas palavras à tanto tempo, não é? secalhar foi isso. Pregaste-lhe um susto e ela fugiu. E fugiu porque tem frio e tu costumavas aquecê-la. Fugiu porque se estivesse aqui tu aquecias-a, como aqueces sempre. Porque mesmo sem tropeçarem em palavras,tropeçam nos olhos,uma da outra.

22:16#

Tenho a minha alma cansada. Cansada mas calma e, acima de tudo, de volta. Depois de me ter deixado uma série de noites a beber café frio da caneca, sozinha, e de me ter obrigado a desejar boa noite à Lua, também sozinha. Ela voltou. Oh, e no final é só mesmo isso que importa. Eu e ela juntas, como sempre. Ela volta e dá-me a mão à noite. E sorri para a Lua, comigo. Ela volta e dá-me um abraço de força e eu respondo-lhe que está tudo bem. Como sempre. E ontem foi assim. Sentada no terraço frio, enquanto todos as outras alminhas dançavam lá dentro, estava eu com um cigarro entre os dedos, prevendo já o futuro deste mesmo, assim como todos os que o antecederam e os que ainda viriam. Escondidos algures entre a minha bota e o chão. Apagados pelo que restou dentro de uma das garrafas de cerveja. Todos eles guardando um resto de mim e um resto da minha alma, que cada vez tem menos para recompor dentro dela. Ao meu lado, ela sorria, admirando a Lua, quando esta de vez enquando se desviava de uma nuvem para dizer-lhe olá. Sorriam ambas e observavam o meu estado menos sóbrio,porém calmo. Depois do último bafo, sorri, enquanto a Lua me dava um beijinho na testa de boa noite e a minha alma me dava um abraço de força. Está tudo bem, respondi.

01:26#

Está frio lá fora. Tanto, que a minha caneca de café arrefeceu, demasiado depressa. A minha boca secou e os meus sentidos perderam-se na noite. O café soube-me a pouco, muito pouco até. Não me aconchegou a alma, nem tão pouco me fez senti-la. Acho que ainda não disse, mas não sei dela. Pegou nas suas botas de tropa e fez-se à estrada. Nem sequer olha para trás, para ver se estou bem. É certo que se o fizesse eu sorriria, porque não gosto nada que se preocupe. Eu sorriria, mas ela não olha. E eu também não vejo as suas pegadas fundas na lama nem o seu sorriso na Lua. Está tanto frio lá fora e ela anda por aí sozinha. Está frio, mas eu vou esperar por ela debaixo dos lençóis. Com um novo café quente junto da cabeceira e um cigarro de boas vindas, porque mesmo com a sua doce arrogância ela é sempre bem vinda a casa.
E eu não devia, sabes. É errado e eu não devia porque prometi-lhe que iria afastar-me das noites escuras e de tudo o que elas me dão. Mas lá estava eu, perdida num parque com um cigarro entre as mãos e um gosto amargo na boca, sem falar da voz que a Lua soltava, tão semelhante à tua. E eu não devia mas voltei a deliciar-me com um cigarro, é verdade. E com as memórias gastas desenhadas na Lua. E eu não devia mas tenho medo. E tenho medo porque a Lua quer me dar uma alma nova para tornar a minha numa melhor. E eu tenho medo porque a minha alma é amarga e a tua também, mas a dele não.

00:10#

Fechei os olhos. Peguei na chávena de café quente e levei-a à boca. O tempo não estava desagradável, mas também não estava calor. Estava fresco, e eu até gosto dele assim. Estava a chover e isso apenas se tornou num grande bónus. Eu gosto da chuva, mas acho que isso não é novidade nenhuma por aqui. E gosto muito de Lisboa, vê lá que a esplanada do café quente, é mesmo na avenida. E esqueci-me de dizer que estava de noite. Oh, minha doce noite. E minha doce Lua. Da minha cadeira, dava para ver a Lua. E olha, eu ri-me para ela com um certo receio, é que ultimamente não temos comunicado muito, mas acabei por receber um sorriso também. Ela disse-me que não sabe em que caminhos te tens metido nem como é que anda a tua alma. Eu sorri e disse-lhe para não se preocupar, com certeza essa alma anda bem. Voltei a pegar na chávena e foquei-me numa música de fundo que depressa chegou ao fim. Levantei-me e fui perder-me numas tantas ruas lisboetas. Não me preocupei com as horas que eram, nem muito menos com o tempo que demorei a chegar a casa. Gosto de chuva, mas não gosto de chapéus de chuva. E é caso para dizer que nas minhas pestanas embatiam gotas que depressa se transformavam em manchas de maquiagem preta. Abri os olhos e reparei que não tinha nada de que me queixar. Afinal, tinha tudo aquilo que me acalma a alma. E por falar em coisas que me acalmam a alma, existe uma outra coisa que me tem acalmado a alma, ou melhor, não a tem perturbado.. são as saudades que ela não tem tido.

01:33#

E hoje podia prolongar-me tanto, que tu não fazes ideia. Podia agarrar na caneta e rabiscar um caderno inteiro, ou então abrir o bloco de notas, e olha, era o que saísse. E tudo, porque tenho andado demasiado calada, com o coração mudo sabes. Eu podia mesmo, só que olha, eu sei que não vale a pena. E não vale, porque tenho a alma calma. Oh se tenho. E é só isso que importa, agora. A alma calma e o coração mudo. Eu podia até prolongar-me, só que não seria sobre ti, e se por acaso fosse, isso só faria com que a minha alma se baralhasse. E não quero nada disso. Porque olha, está tão calma. Hoje até foi passear para longe sem pensar em horas de regresso. Ou em almas tristes. E sei que compreendes a indirecta. Ela apenas pensou em si. E é isso que se quer. Ultimamente é só isso que sabe fazer. Pensar em si, ou então em coisas boas. Como uma chávena quente de café. Ou no facto de não ter saudades. Porque sempre destestou senti-las. Ou então, sendo mais precisa, no facto de não sentir a tua alma, junto dela. E eu podia prolongar-me, sim podia, talvés sobre o que a tua alma já não dá à minha, ou do que a minha já não sente falta, vindo da tua. Eu podia prolongar-me, sim podia, mas a minha alma já não quer. Vai dormir, ah.. calma e de coração mudo.
E o chá inglês quente voltou. Ele e tu. Confesso que já tinha saudades tuas, minha doce chuva. De ti, e de tudo o que trazes contigo. As botas com lama e os caracóis a pingar. O nariz vermelho e as luzes que gritam no céu. O frio que faz voar chapéus de chuva e as poças que piso. Oh, se tinha. Mas olha, estou a sussurrar para que a minha alma não me oiça, porque tu sabes.. ela não gosta nada de ter saudades. Sempre me disse que sentir era como dar a nossa força a mão alheia, quase como mandá-la fora. E olha, ela tem a sua razão, e só por isso é que eu até gosto que ela me queira forte. Ela tem feito muito por isso e tu só a vieste ajudar mais ainda. Sempre te compararam muito a ela e não sei bem porquê. Uma vez, disseram-me: '-gosto do encanto da tua alma. é misteriosa. é como um dia chuvoso de inverno,sabias? ás vezes escura, mas não deixa de ser bonita. parece sempre muito fria e forte, mas o que ninguém sabe, é que nem todos os dias é assim, uma mistura de tons escuros com silêncio. ás vezes ela dói, não é? e faz barulho.' Sabes, a minha alma nunca mais se esquecera de tais palavras. Acho até que essas mesmas só fizeram com que a adoração por ti se tornasse maior. Talves por serem mesmo parecidas. O certo é que a minha alminha está feliz por estares de volta, e eu também. É quase como se recebesse o dobro da força, sabes? e oh, é tão bom ter os meus dias de chuva de volta.
Agora vou ver se a minha alma descansa. Deixo-te um beijinho fresco junto à caneca de chá inglês, já vazia.
E aquele amor deixou de o ser, de corpo. Porque de alma, vai deixando. Perdeu a sua forma nos lençóis cor de terra, quentes ao fim do dia. Deixou de dar uso ao copo de wisky em cima da mesa e de perfumar as ruas com o perfume daquele frasco fino com uma rosa desenhada. Deixou de se levantar cedo para receber beijinhos na testa e voltar a deitar-se, acompanhado. Aquele amor deixou de o ser para aquelas duas almas loucas. Aos poucos. Deixou de ser imprevisível e selvagem para passar a ser doloroso. Mais do que o costume. Mais do que todas as discussões começadas e acabadas aconchegadas. Nos braços um do outro, quando assim era. Ou então numa garrafa de cerveja ao fim da tarde e um cigarro apenas porque sim. Até isso aquele amor deixou de ser. Deixou de ser do cão e do gato. Esses, perderam a energia que lhes corria no sangue, todos os dias. O toca e foge. Odeia e ama. A adrenalina de terem a pele um do outro debaixo das unhas. O sabor a morango nos lábios. Os sorrisos rasgados. A camisa por apertar. A cabeça sobre o peito e a loucura no olhar. Aquele amor deixou de fumar do mesmo cigarro e de ser do tamanho da Lua. Deixou de andar à chuva e de dançar bons hits de rock. Aquele amor que era como a we found love da rihanna, literalmente. Que deixou de ser sweet child o'mine com um beijo na boca e duas almas de mão dada. Para ser don't cry com uma chávena de café na mão e duas almas que já não são. Um amor que já não é. Deixou de ser.

21:42#

E anda tudo tão agitado. Tudo e todos. Inclusive tu, para comigo, e eu para com o mundo. Vê lá que hoje obriguei a minha alma a sentar-se comigo sobre a pedra e a fechar os olhos, enquanto eu me deliciava com um cigarro preto. De chocolate, por sinal. Não conversámos sobre o tempo. Nem sobre o nº de noites que se passaram desde a última vez que estivemos sentadas a olhar para a mesma Lua, se é que me entendes. Não falámos pelo simples facto de que se o fizessemos, acabariamos a falar de ti. E eu perdi a vontade para tal. Ou melhor, tens ma roubado, de dia para dia. Assim como tens feito com a minha paciência e com a minha paz de espírito. E olhe lá que sempre fui uma pessoa bastante calma,até ao dia. Até hoje.Tens me levado um pouco de tudo, como se de pouco se tratasse. Como se não se tratasse de um pouco de um tudo, meu, sabes? E eu, estou aqui com meias palavras a tentar escrever só metade para ti, sem que se perceba. Com um pouco de olhar desiludido. -e sabes porquê que ele o faz? porquê que te trata como se tivesse todas as pedras na mão e te fala como se fosse um dia de inverno, tão frio e escuro? porque ele só quer que tenhas motivos para o odiares, ou para não o amares, mais. só que olha, nada disto faz sentido para a minha alma, e sabes porquê? falta-me a paciência e a paz de espírito. Acho que já disse mas.. anda tudo tão agitado. Tu comigo e eu com o mundo.

23:46#

Já disse que não tenho forças para expulsar todo este sal na sua forma mais liquida possível? pois é verdade. Assim como a chuva que o telejornal anuncia, mas que ainda não se vê, não se ouve e não se sente. Secalhar tem apenas medo de aparecer. Não tenho forças para me sentir, nem no melhor nem no meu pior estado. Assim como não tenho forças para falar de ti. E olha, é tudo isto que alivia um pouco desta dor. Que não tem força, não se vê, não se ouve e não se sente, sentindo-se.

adeus.

E aqui estou, para te dar a despedida que tanto as nossas almas merecem. Com a força que vou tendo, as lágrimas que não correm e o amor que ainda não se foi. Hoje, as nossas almas disseram tudo o que havia para dizer. Largaram as mãos e o nosso amor voou com o vento que não se sentiu. Quer dizer, na verdade eu larguei o nosso amor, porque as nossas mãos já há muito que não estão juntas. Assim como as nossas almas. Já há muito que elas não estão bem, mesmo que ainda sejam uma da outra, já não sabem cuidar-se. E isso dói. Dói muito. Hoje as nossas almas doem por um amor que voou e já não volta. Hoje a minha alma quer chorar um choro que dói tanto, sem ter força para tal. Vê-la que hoje até o meu orgulho fez silêncio para ouvir a minha pequena alminha falar com a tua, para que nada ficasse por dizer, não é estranho? mas assim foi. Gastámos as palavras. Gastámos o tempo que já não temos. Gastámos tudo o que havia para gastar com este amor. E olha, deixa-me dar-te um último recado.. o nosso amor foi lançado ao ar e não caiu, mas também não vai voltar. Porque hoje, as nossas almas disseram adeus.
ps: Desculpem a minha ausência daqui mas não tenho estado com cabeça para isto.
São horas de ir para a cama e o meu corpo está como que a pedir para te deixar aqui uma pequena lembrança de como não se esqueceu de ti. Ou de como eu não me esqueci. E olha, vim fazê-lo, por ele. Não quero demorar-me, porque tenho a caneca de café a arrefecer, e bem, sabes que gosto dele muito quente. À coisa de meia-hora estava eu a vaguear por ruelas familiares quando a Lua espreitou por entre os dois prédio. Levantei a minha mão e com o polegar dei-lhe uma festinha. Como faço sempre. Lembrei-me de ti, sim. Outra vez, como sempre. Mas foram breves instantes. E olha, não doeu. E recordo-me de ela sorrir quando lhe disse -ainda não me esqueci. Depois foi a minha vez de sorrir. Devo dizer-te, sabendo que não me lês mas querendo matar um pouco mais deste amor, que hoje pulei muito. Sim pulei. Como as crianças pulam quando recebem doces. E é caso para dizeres que estou bem. Até eu digo, sem qualquer hesitação. E sabes do que me lembrei à instantes? que espero que hoje, a tua noite não seja em nada melhor do que a minha. Não querendo ser má, espero que dês muitas voltas na cama e te lembres das minhas bochechas vermelhas e do meu riso à parva. E por fim, que eles não te deixem dormir. Mas como disse, não querendo ser má. Apenas eu, de bem com a vida e comigo mesma, deixando-te aqui uma lembrança. Correndo para junto da caneca de café.

01:14

Acho que ainda não te disse que hoje o meu dia foi um bocadinho estranho. Sabias que acordei a horas decentes? Não muito cedo, nem muito tarde. Acordei de bom humor. Asério. Disse -bom dia ás pessoas devidas. E após o almoço, preparei uma playlist com as melhores 100 do yiruma e deliciei-me com elas,toda a tarde. Devorei também algumas páginas do livro que tenho de ler, para a escola. Li um capítulo inteiro, sem pausas. A não ser para alcançar, de vez enquando, a caneca de café, junto à cama. E olha, sempre com muita calma. É estranho não é? e olha, disseram-me que hoje iam chover estrelas e sabes o que fiz? não questionei nem gozei com tal afirmação. Asério. Peguei na mala e subi todos os degraus até alcançar as nossas telhas. Lá, estava frio mas não arredei pé. O céu estava escuro e a Lua veio fazer-me companhia. Senti-me portanto bem. Sabias que o meu polegar consegue ser do tamanho da Lua? consegue. E sabias que estive para perguntar por ti,à Lua? estive, mas deixa lá que não o fiz. Acabei por deitar-me sobre as telhas frias e após alguns minutos, avistei a primeira estrela. Seguiram-se outras tantas, mas dizem que não se deve contar as estrelas cadentes e eu, assim o fiz. Sabias que é uma sensação incrivel? espero que sim e espero que o teu céu também tenha tido a oportunidade de as receber, e os teus olhos de as avistar. E espero que te tenhas sentido tão estranho, como eu. Dizem que se deve pedir um desejo, por cada estrela. E eu pedi. Mas não te posso contar, como deves calcular. Olha.. já te disse que hoje foi um dia estranho?

18:46.#

E hoje não sei o que escrever. Não sei. E olha que podia bem sentar-me junto à cama com os joelhos frios do soalho e os olhos com um brilho forçado, perdida em textos só para ti. Olha que ainda são uns quantos. Nem todos fazem sentido, mas isso não importa. São sobre ti e podiam ter sido para ti. Podiam. E eu podia estar a ver as duas únicas fotografias que ainda restam nossas. Eu podia. Podia também estar sentada naqueles que costumavam ser os nossos degraus que continuam a ser muito frios, agarrada ao meu maço. Eu podia, mas olha, hoje não. Afinal eu era aquela sempre pronta para dar a volta por cima, nas piores situações. E sabes, tenho saudades disso. Tenho saudades minhas. Asério. E eu podia dizer que me apetece um pouquinho do teu perfume no meu cabelo, ou um -tenho saudades tuas, no telemóvel. Eu podia sim. Só que olha, hoje para além de ter muitas saudades tuas, tenho saudades minhas. E isso é que é novidade. Por isso, deixa-me ter 5 minutos meus. meus.

ela vai embora.

Eu sei o quanto a tua alma gosta de parecer sempre bem. Sei ver quando ela está mal e sei que ela se cala e finge que está tudo bem, sorrrindo. Sei que ela adora o verde e gosta muito do mar, também sei que tem umas cicatrizes no corpo devido a um acidente neste ultimo elemento, o mar mas mesmo assim não desiste do que gosta. Sei que ela chora, quando ninguém está a ver e que é muito boa a fingir. Sei que ela não vive sem música e é muito dona do seu nariz. Também sei que ela gosta de fazer mal aos outros, só para não lhe doer tanto a ela. E, sei ainda, que ela não sabe amar, não da melhor maneira e não gosta de dar o braço a torcer. E sabes como é que eu sei de tudo isto? a tua alma e a minha são tão parecidas, aliás são iguais. Sempre foram e logo na primeira conversa perceberam que tinham os mesmos traços. E é por isso que agora estão tão longe, uma da outra. Não aprendem a estar juntas. Não aprendem a ceder nem a desculpar. E não sabem o que é colocar o orgulho de parte. Sobretudo isso, porque se assim não fosse, as noites debaixo das telhas a ouvir a chuva, não teriam acabado e eu ainda estaria a fazer barulhos engraçados com as cordas vocais, de tão feliz estar. Tu ainda estarias sempre a revirar os olhos por causa das lentes e eu a pentear a tua estranha pôpa com os meus pequeninos dedos. Se não fosse isso, nós ainda estariamos a rir em frente ao espelho do elevador, de nós próprios, ou então em casa a comer morangos. Não era? Temos almas tão teimosas, bolas. E isto tudo para dizer, que o meu amor por ti não tem pernas nem cabeça. Nunca teve. Nunca vai ter, tanto que a minha alma vai embora. Mas olha, cuida de ti. Tenta.

00:29#

E tu, costumavas observar-me com esses grandes olhos verdes. Costumavas afastar-me os caracóis da face para me dares beijinhos na testa. Costumavas agarrar-me pela cintura e puxar-me para a tua beira. Fazias também questão de me perguntar sempre -no que é que estás a pensar? quando ficava um silêncio estranho. E eu, respondia sempre -não é nada. Não é verdade? Mas olha, hoje apetece-me tanto falar um bocadinho sobre esse nada. Sabias que era tudo? Era um fica comigo e um gosto tanto de ti. Era um dá-me um abraço e não me magoes. Era um não me deixes. Era um aprende a ler o meu silêncio meu amor. Mas tu não aprendeste. E olha, podia prolongar-me tanto com palavras só para ti, mas não quero magoar a minha alma que tem andado longe. Desculpa.
E agora sou eu que te observo com os meus grandes olhos cor de mel com o mesmo silêncio estranho. E assim quero aprender a amar-te menos e a amar-me mais. compreendes? mas não perguntes porque -não é nada.

22:16#

Pequenina alma, hoje foi um dia relativamente calmo. Asério. Cruzei-me contigo, numa rua mais deserta. E olha, desculpa por não ter ficado a ouvir-te a tarde toda, mas lembra-te que foste tu que fugiste de mim e por enquanto, ainda te quero longe. Já soube que deste o meu recado à Lua e ela retribuíu o beijinho que lhe mandei e ainda bem. Hoje disseste-me também que estás melhor, mais calma. E eu, enquanto agarrava o meu maço, sorri. Fico feliz por ti. Parece que estás a cicatrizar e isso é bom, certo? estou tão feliz por ti, minha pequenina alma, mas continuo a não te querer por aqui. Só espero que percebas. Ainda não me sinto preparada para voltar a sentir, compreendes? e talvez isso seja o melhor agora. A ausência de um pouco, de tudo.
E olha, eu também estou melhor.
Peguei no isqueiro e acendi-o. Não é que não estivesse calma porque até estava, mas olha, já é aquela rotina. E oh, soube-me tão bem. Quase como uma chávena de café,forte e quente. Olha, agora tenho sono e algumas saudades, do teu perfume. Sabes o que fui fazer? fui buscar o peluche. Aquele que me ofereceste e que eu fiz questão de o esconder no armário para não me cheirar a ti quando estou no quarto. Fui buscá-lo e oh, cheira tão bem. Hoje vai dormir comigo. E olha, não estou a ser fraca, e sabes porquê? a minha alma continua longe e por isso não pode vir matar saudades do teu perfume.

ñ tenhas pressa pequenina.

Pequenina, não sei por onde andas e também não sei se irás ler este bilhete que te deixo junto da Lua que tu tanto admiras. Provavelmente não, mas não faz mal. Secalhar até é o melhor. Não leres e não saberes que anda gente à tua procura. Gente que se preocupa muito contigo e comigo. Mas olha, fica descansada que eu não ando à tua procura e sabes porquê? Porque sei o quanto precisas disto. Desta distância. De te sentires perdida e sozinha. De não olhares e não te importares com nada. Sabes, eu conheço-te bem. E sei o quanto queres ficar bem. E agora tu respondias-me: eu não estou mal mas também não me sinto bem, simplesmente não me sinto. Não é verdade? sei que sim. Sei que corres para longe porque deixas de te sentir e preferes assim. Também sei que hoje cruzaste-te com a pequenina dele e que foste muito forte, sei de tudo isso porque mesmo tu não estando aqui, olha, estas coisas sentem-se, e bem, nós somos feitas da mesma matéria, nunca te esqueças disso. Já avisei o grupo para não se preocupar. E olha, não tenhas pressas em regressar a mim, pequenina alminha. Demora o tempo que precisares e olha, já que andas tão longe, manda um beijinho à Lua por mim.

vai lá.

Boa noite meu amor.. quer dizer, boa noite a ti, alminha que andas por aí à procura de um lugar novo para poisares. Vim dizer-te que são precisamente 23h43 e bem, estou farta de comer. Sabias que como muito quando estou irritada? sim é verdade. E quando estou chateada, não como nada. Acho que vai ser o caso de amanhã. Agora tenho os olhos molhados, mas estou a limpá-los discretamente para que ninguém repare. Sabes, não gosto que me vejam assim. Prefiro olhar para baixo e desenhar um sorriso que não é meu. E olha, é mesmo isso. Estou agora a tentar escrever algo que faça sentido sem borrar o papel mas custa-me muito. E eu só posso desejar que sejas muito feliz, não é verdade? Vou agarrar-me ao meu maço e esperar que este não se molhe, e olha, o meu último bafo da noite vai ser para ti. Para que a tua alma possa voar com todo o fumo que deixo ir e que encontre um coração mais saúdavel para ti, mas que não te ame mais que o meu. Boa noite e vai lá.

dream.

Deitei-me com o cheiro a chesterfield nos dedos e um -boa noite- ao ouvido... Era de manhã, mas não sei precisar as horas. O quente dos lençóis deu-me a ideia que tinhamos estado ali a noite toda, nos braços um do outro. Eu estava debruçada sobre o teu peito e olha, ele ecoava um som tão bonito que depressa percebi que era o teu coração a comunicar. E não era comigo, era com a minha pequena alma. E oh, era quase como uma canção de embalar, o que deixou a minha alma bastante calma. Os teus dedos brincavam como se fossem uma criança, a saltar de lábio em lábio. E eu, bem, sorria, ainda um pouco ensonada. Nunca percebi a tua adoração com os meus lábios. Mas não faz mal, tu também nunca soubeste da minha adoração pelas tuas grandes esmeraldas, por isso, posso dizer que estamos quites. Mas continuando, larguei-te a mão que não se encontrava divertida com os meus finos lábios e fui buscar um cigarro. Era marlboro, não sei como. Sendo esta a minha marca preferida mas é raro comprá-la devido ao preço. Mas pronto, não tem de fazer sentido. Na verdade, nada disto faz sentido. Fui buscar o isqueiro ás calças que estavam sob a cama e acendi o cigarro. Olhaste-me e disseste que aquilo só me fazia era mal. Eu franzi as sobrancelhas, e respondi-te que também tu me fazias muito mal e eu bem, estava ali, contigo, à mesma. Não respondeste e eu acabei por me juntar novamente a ti, debaixo dos lençóis, com a cabeça sobre o teu peito enquanto da minha boca saiam nuvens de fumo que tu insistias em afastar com a mão. Eu sorri. Ficámos assim talvés uns bons 10 minutos, de olhos grudados um no outro, num silêncio bom. Até que me olhaste com um ar sério e pronunciaste baixinho -não me fujas-.Franzi novamente as sobrancelhas e respondi -mas eu estou aqui agora-. Tu olhaste-me, e com um tom zangado respondeste -eu sei que estás aqui agora, mas é exactamente isso, quanto tempo vai durar o nosso 'agora'?-. Os teus olhos ficaram vermelhos, sabes, aquele vermelho de quando estás chateado e bem, os meus ficaram iguais. Depois disso, deste-me um abraço muito apertado e eu ouvi-te soluçar. Dei-te um beijinho na testa, como costumavas fazer comigo e respondi baixinho -eu não quero ir a lado nenhum mas não significa que não vá, tu sabes-. Depois disso, abri os olhos.

21#

Foram beijinhos na testa e um abraço apertado. Foi um pedido de desculpas e um 'esquece isso'. Foi uma alma que chorou por dentro, mas que não se ouviu. Foi um adeus, antes de o ser.
E agora, dois meses depois, é uma alma que só quer ficar bem.

17#

Olha.. eu não me esqueci de ti. E é importante que, no fundo, a tua alma saiba disso. Mesmo que a tua personagem já não pense em tal coisa. É importante que saibas que tinhas a minha alma na tua mão e eu, tinha a tua no meu coração. Por mais pequeno e frio que este fosse. É importante que saibas que eu não precisava de mais nada para estar bem e para estar mal também. Se é que me entendes. É importante que saibas que eu sabia o quanto detestavas que fumasse e olha, voltei a fazê-lo. É importante também, que saibas que eu não deixei de acreditar ou que apenas desisti. Nada disso, só quero a minha pequenina alma, bem e de volta. E para isso, é preciso fingir que não dói. Fingir que nao estás lá e fingir que nada importa. E claro não me esqueço do meu marlboro que funciona como calmante e me ajuda nesse processo. E é mesmo isso. Já não me interesso. Adeus e olha.. eu não me esqueci de ti.
Olha, a Lua ontem à noite estava tão bonita. E sim, estou outra vez a escrever sobre ela. O céu também estava lindo, estava escuro e a Lua destacava-se. Estava desfocada, se é que assim se pode chamar. Sabes, não se conseguia ver muito bem. Acho que as nuvens queriam escondê-la. Daí o efeito. E olha, acho que ela sabe do meu amor por ti e então decidiu fazer-me companhia. É que também eu estou protegida pela força que vou adquirindo e escondo-me por detrás de sorrisos, assim como ela por detrás das nuvens. Somos parecidas. Acho até que ás vezes, ela é o meu amor por ti, e as nuvens são a minha força. Tentam disfarçar. E olha, ontem escondi o teu amor por trás de uma nuvem mas ele veio ter comigo. Não sei como, não o chamei e não lhe ensinei o caminho. Mas a verdade é que ele veio e não me deixou dormir. Senti-o debaixo dos lençóis a morder-me. E agora, pela manhã, continua aqui a chatear-me. Mas não lhe tenho dado importância. Logo à tarde vens tu e o meu amor por ti vai com certeza dar sinais porque a verdade é que estou com saudades, muitas e essas, hoje estão com força. Mas olha, vou dar-te um beijinho e vou embora.

01:38*

E quando eu fecho os olhos não consigo ver mais nada senão as tuas esmeraldas a observarem-me. E isso assusta-me. Um bocadinho. A imagem dos teus olhos debruçados sobre a minha alma que embora ensonada não se deixa dormir. Ela e eu. E eu quero tanto dormir. Apagas essa luz verde que me está a despir a alma, por favor?

shit.

Eu. Tu. No mesmo sitio. Não vai dar merda, não é? vamos fingir que sim. fuck.

tenho saudades de sentir tudo ao mesmo tempo,por ti.

Acho que pela primeira vez admito que estou uma lástima. Não se trata de aguentar a voz de uma lalma dificil, mas sim duas. A minha e a tua. Aguento a minha por ainda doer e por sussurrar o teu nome à noite. Por se satisfazer com a tua pequena alma. E depois, aguento a tua por dar cabo da minha e mesmo assim não descolarem uma da outra. Para onde a tua vai, a minha segue-te. Para onde eu vou, tu segues-me. Sempre com passos silênciosos e em corpos cheios de orgulho. É assim desde o começo. É assim mesmo depois de muitas portas fechadas e de muitas despedidas que doeram. É assim porque nenhum de nós desiste no verdadeiro sentido do verbo. É assim, porque um dia, as duas almas voltam a encontrar-se. Voltam a cruzar-se na mesma rua e voltam a sorrir ironicamente, escondendo as feridas que se acumulam. É assim, porque o amor que sinto não me sai das entranhas. É assim porque amamos como quem odeia. É assim,porque no fundo é mesmo assim. Duas almas que não sabem amar mas amam. Duas almas que se odeiam porque amam sem saberem amar. E é assim que eu fico uma lástima.

noites com chuva e de certo modo, sem.

Hoje, quando finalmente fechei os olhos eram já 6h da manhã. E de toda a noite em branco,só me lembro bem da música que a chuva produzia ao bater na janela. É um dos meus grandes fascínios, assim como o café que me acompanha enquanto escrevo. Sempre gostei de dias chuvosos e das noites também. Fazem-me lembrar os nossos dias passados na escadaria fria junto ao telhado e o som das gotinhas de água a chocarem contra as telhas, por vezes também ouviamos a trovoada, lembraste? São dias como estes que me trazem alguma tranquilidade. Que é o que eu preciso agora. Mas também me trazem um pouco de ti, um pouco cada vez mais pequeno, só para que saibas. Mas pronto, eu preciso é de tranquilidade e preciso de mim. Ultimamente tenho andado ausente de mim mesma, mesmo que isto não faça qualquer sentido. Preciso de tudo isto e preciso de dormir. Preciso de noites de tranquilidade, sem que estas tragam um pouco de ti para me perturbar a alma. Sei que é dificil,mas preciso de noites só minhas.

3ºverdade.

Sabes, oh tu que todos chamam de amor, eu tenho medo de ti e prefiro ignorar-te do que enfrentar-te e magoar-me. Acho que na verdade sempre me dei bem sozinha,nunca precisei de andar a morrer de amores, se é que me entendes. Não penses que sou egoísta, nada disso. Sou apenas assim. Eu. E aqui só para nós, quando digo que não gosto de ti, não quer dizer que não saiba o que é o amor ou até mesmo o verbo amar. Aliás, talvés por um dia ter amado demais, hoje não te quero por perto, desenrasco-me bem assim amor, sem amor.

25.

Já a madrugada ia a meio quando ela se lembrou. Saíu de casa e subiu a infindável escadaria até ao topo do prédio, sempre com o devido cuidado para que ninguém desse pela sua presença. Subiu e sentou-se numa das telhas. Numa das mãos trazia o seu belo café. Forte como sempre. Na outra, o seu maço azul de uma marca barata. Ela sempre tivera preferência por marlboro mas naquela noite a marca pouco ou nada interessava. Apenas queria um dos seus calmantes. Aquele, o café e o telhado. Sentou-se e deliciou-se com o cilindro que tinha entre os dedos, acampanhando sempre com um golo do tal café. Era a combinação perfeita que ela tanto precisava. Presentiu que não iria dormir nada e então deixou-se deslizar pela telha até que esta ficou complectamente coberta pelo seu pequeno corpo. Após um grande suspiro e um vento que levou para longe as longas memórias que lhe albergavam a mente, olhou para o céu para ver se avistava alguma estrela. Mas nada,estava limpo e escuro.E por momentos, ela desejou ser o céu. Limpo e escuro.

23.

Já esperava que tal voltasse a acontecer. O teu regresso. Quando as coisas não estão bem, fugimos,voltamos costas e ignoramo-nos a 100% e assim foi, mais uma vez, durante estes 2 meses que passaram. Não foi a primeira vez e acho que não será ainda a última. Ás vezes acho que gostamos disto, desta luta em que ninguém ganha e ninguém perde. Em que partimos e voltamos. Mas bem, voltaste. Foi uma noite cheia de ti em que me senti vazia. Sei que não faz qualquer sentido mas também não tenho palavras para explicar. Era suposto sentir-me apaixonada. É à noite que o orgulho fica mudo e o coração ganha voz,lembraste? mas isso não aconteceu. Esta noite estavam os dois calados e de um certo modo calmos. Não senti nada. Ou melhor, senti pouco. Acho que voltei ao principio, ao primeiro dia, onde era apenas eu, forte e bem, sem ti. Esperava o teu regresso mas não esperava,de certo modo, esta minha distância.
E isso assusta-me.

não faz qualquer sentido,sabem?

É complicado e complexo. São vozes que já não se ouvem. São passos lentos. Seguidos de uns mais apressados. Não são rápidos. Penso que são passos de quem quer ficar, ou então quem ainda não quer ir ou não sabe para onde ir. Agora sinto quente. Como se de uma respiração se tratasse. Talvez a minha a tentar fazer-se passar por outra, ou então seja mesmo outra, vinda do pretérito perfeito. Vejo também sombras e tenho a certeza que as reconheço. Sei que sim. Num outro tempo,vivi nelas e elas em mim. Se é que isto faz algum sentido. Mais uma vez digo,é complicado e um pouco surreal.Agora, não oiço nada. Ou melhor, oiço água a cair. Acho que não é uma fonte.Parece-me que alguém chora. Vejo manchas de sal sob a cama. Não estou doida, sei que não. Mas também não estou de cabeça sã. Continuo a ouvir as vozes, sei de cor os passos apressados e o quente continua quente e frio ao mesmo tempo, tal como acontece quando se respira. Continuo a ver as sombras e reparei que são ainda mais familiares do que à segundos atrás. A água já não corre, mas as manchas permanecem. Tenho sono. Secalhar é isso. Ouvi chamarem de insónias e também de memórias. Aposto na segunda.

um banho e uma caneca de café.

Tenho a certeza que nos finos lençóis que cobrem a minha cama, estão desenhadas uma série de linhas, provocadas pelas diferentes posições em que me tentei adormecer. Tenho a certeza que se hoje a minha cama pudesse falar, me mandaria à merda. Foi realmente uma má noite. Não tive estranhos sonhos nem pesadelos horriveis. Nisso tive sorte. Apenas tive sono e não consegui dormir. Estranho, eu sei, mas vindo de mim ou da minha consciência, já esperava. Foi uma má noite. Talvés porque apenas presente se encontrava apenas o meu corpo, sob a cama. Tinha a cabeça longe. Bastante longe. Acho que foi tentar dormir em lugar alheio e deu-se mal.

17.

E se hoje sonhássemos? Dizem que faz bem. Enconstar a cabeça sobre a almofada e aninhar-me nos lençois. O resto vem com a noite. É realmente bom e confesso que tenho saudades de uma boa noite. Fechar os olhos e deixar a pequena parte da alma que costumava sonhar, sonhar um pouquinho mais hoje. Faz-lhe bem. Fechar os olhos e acordar com a pintura borratada. E não, não é de gotinhas salgadas, mas sim devido a todas as voltas que alma deu enquanto se enchia de sonhos. Só esta noite.

15.

Preciso de me despedir disto. E não não me refiro ao blogue. Refiro-me realmente a ti e a um pouco de tudo. Preciso de me despedir por inteiro. Sei que já tinha dito que deixaria de escrever sobre ti e não cumpri, por isso, desta vez digo apenas que não publicarei. Preciso de me despedir disto. Da importância que dou ás linhas que escrevo sobre ti. Despeço-me também de mim. E confesso que isto está a trazer um ligeiro medo, é estranho. Sempre detestei despedidas e ultimamente parece que é o que melhor sei fazer. Ou talvés não saiba e apenas precise. Preciso de uma boa ressaca e um novo começo.

no fim,foi só isto que restou.

Nunca perdoei o que quer que fosse. Sempre confiei pouco, muito pouco e quando confiei, confiei de plena consciência. Talvés por confiar pouco, pouco perdoei. Não gosto de perdoar, assim como não gosto de confiar. São dois verbos com os quais sempre tive pouca ligação. Confiar e perdoar. Sempre tive maneira estranhas de lidar com as coisas e até mesmo de gostar das pessoas. Talvés por isso tu tenhas virado o meu mundo de pernas para o ar. Perdoei-te como nunca perdoei. Confiei como nunca confiei. Gostei como nunca gostei. No fim? lixei-me. No fim? as minhas maneiras não eram assim tão estranhas, apenas realistas.

são vicios.

Apetece-me satisfazer o vicio. E não, desta vez não és tu. Nada tem a ver contigo. Poderia ser como já aconteceu tantas vezes, mas hoje não. Poderia apetecer-me roubar-te um beijo ou então matar saudades de um longo abraço mas não, também não. Ouvi melodias que me tentaram transportar para longe daqui,para um pouco mais perto de ti. Mas recusei. Visualizei imagens nossas, mas não deixei que estas se tornassem nitidas. Até isso recusei. Fui realmente forte. Mas assim como há vicios bons, há uns menos bons.Assim como para matar um podemos ter de satisfazer-nos com outro. E isso acontece comigo. Para manter-te longe da parte que ainda controlo, aproveito-me da nicotina. Aqueles 0,6mg de nicotina e 8mg de alcatrão.E que bem que ela te mata. E a mim também.

09.

Nunca quis aprender a sentir com o coração. Nem quero. Somos companheiros fiéis. Mas cada um com o seu espaço. Ensinei-o a ser forte e a ver as coisas tal como elas são. Tudo o resto, aprendeu sozinho. Aprendeu a ser independente. E aprendeu que eu nunca quis que ele sentisse. É complicado, frio e estranho. Aliás, é tão estranho que acho que aprendeu a sentir sozinho,apenas quando quer. E a curar-se também. Tem dias em que se perde um bocadinho, mas acaba sempre por voltar ao inicio. Ele conhece o seu caminho.

se eu fosse um dia o teu olhar.

Se eu fosse um dia o teu olhar, mudava-te. Fazia-te ver a vida com outros olhos. Olhares os que te querem bem e sentires orgulho neles. Se eu fosse um dia o teu olhar, dizias 'amo-te' a quem merece. Quem não merece mandavas à merda. Se eu fosse um dia o teu olhar, fazia-te sentir. Ensinava-te a ver e a observar. Aprenderias a sentir com os olhos. Mas a sentir asério. E percebias o que eu sinto, através do olhar. Mas como não posso, espero que um dia aprendas. Por ti. Sozinho. Espero que os teus lábios possam sentir o sabor salgado do teu olhar. Iria fazer-te bem. A mim fez. Aprendi à custa do que os teus olhos nao mostram e estoui bem. Estou mesmo.

os meninos mordem as velas e eu peço apenas um sinal teu.

Vá lá, liga-me. Liga-me e deseja-me um dia feliz. Ou então manda-me uma mensagem a dár-me os parabéns. Faz-me sentir-te, vá lá. Qual quer que seja o modo. Lembra-te. Lembra-te de mim. Hoje é o meu dia. E os meninos costumam morder a vela e pedir um desejo,não é verdade? E eu estou a pedir, lembra-te de mim.És o meu desejo. Mas não me entendas mal, já não desejo o teu corpo nem o teu amor, apenas quero que te lembres de mim, basta hoje. Dá-me a prenda da tua voz ou o silêncio da minha ao receber uma mensagem tua. Vá lá. Eu sei que te lembras. Não me faças passar este dia sem um único sinal teu.
Sinto-me uma daquelas crianças que espera um telefonema de um pai trabalhador, daqueles que vai para longe e que mesmo assim, todos os dias espero que se lembre de mim,sabes? merda.

Parabéns a mim.

Hoje é Parabéns a mim.

não quero que doa.

Hoje, não foi um bom dia. Talvés mais ou menos. Senti-me umas quantas vezes vazia, distante para ser precisa. Senti o teu cheiro,não sei muito bem onde, mas senti. Apeteceu-me agarrá-lo e deixá-lo junto à almofada, para sonhar com ele, em ti e em mim, como costumava fazer todas as noites. Já era ritual. Guardar o teu cheiro, tê-lo por perto e sonhar com ele, sabendo que cedo voltaria a tê-lo em mim. Apeteceu-me. Assim como me apetece ligar-te em privado. Só para ouvir a tua voz de forte. Não foi um bom dia e passaram-me variadíssimas coisas pela cabeça,mas sei que não quero que a metade que ainda se lembra de ti doa.

de volta.

Estou de volta a casa. Arrumei o conjunto de malas e deixei o corpo cair sobre a cama. Troquei o sol quente que tantas energias me devolveu pelo barulho e o cheiro a cidade. Estou de volta e bem. Com novas energias.