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E hoje podia prolongar-me tanto, que tu não fazes ideia. Podia agarrar na caneta e rabiscar um caderno inteiro, ou então abrir o bloco de notas, e olha, era o que saísse. E tudo, porque tenho andado demasiado calada, com o coração mudo sabes. Eu podia mesmo, só que olha, eu sei que não vale a pena. E não vale, porque tenho a alma calma. Oh se tenho. E é só isso que importa, agora. A alma calma e o coração mudo. Eu podia até prolongar-me, só que não seria sobre ti, e se por acaso fosse, isso só faria com que a minha alma se baralhasse. E não quero nada disso. Porque olha, está tão calma. Hoje até foi passear para longe sem pensar em horas de regresso. Ou em almas tristes. E sei que compreendes a indirecta. Ela apenas pensou em si. E é isso que se quer. Ultimamente é só isso que sabe fazer. Pensar em si, ou então em coisas boas. Como uma chávena quente de café. Ou no facto de não ter saudades. Porque sempre destestou senti-las. Ou então, sendo mais precisa, no facto de não sentir a tua alma, junto dela. E eu podia prolongar-me, sim podia, talvés sobre o que a tua alma já não dá à minha, ou do que a minha já não sente falta, vindo da tua. Eu podia prolongar-me, sim podia, mas a minha alma já não quer. Vai dormir, ah.. calma e de coração mudo.

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deixa que as tuas ideias e pensamentos se direcçionem para a ponta dos teus dedos,e aqui,os deposites :)