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Fechei os olhos. Peguei na chávena de café quente e levei-a à boca. O tempo não estava desagradável, mas também não estava calor. Estava fresco, e eu até gosto dele assim. Estava a chover e isso apenas se tornou num grande bónus. Eu gosto da chuva, mas acho que isso não é novidade nenhuma por aqui. E gosto muito de Lisboa, vê lá que a esplanada do café quente, é mesmo na avenida. E esqueci-me de dizer que estava de noite. Oh, minha doce noite. E minha doce Lua. Da minha cadeira, dava para ver a Lua. E olha, eu ri-me para ela com um certo receio, é que ultimamente não temos comunicado muito, mas acabei por receber um sorriso também. Ela disse-me que não sabe em que caminhos te tens metido nem como é que anda a tua alma. Eu sorri e disse-lhe para não se preocupar, com certeza essa alma anda bem. Voltei a pegar na chávena e foquei-me numa música de fundo que depressa chegou ao fim. Levantei-me e fui perder-me numas tantas ruas lisboetas. Não me preocupei com as horas que eram, nem muito menos com o tempo que demorei a chegar a casa. Gosto de chuva, mas não gosto de chapéus de chuva. E é caso para dizer que nas minhas pestanas embatiam gotas que depressa se transformavam em manchas de maquiagem preta. Abri os olhos e reparei que não tinha nada de que me queixar. Afinal, tinha tudo aquilo que me acalma a alma. E por falar em coisas que me acalmam a alma, existe uma outra coisa que me tem acalmado a alma, ou melhor, não a tem perturbado.. são as saudades que ela não tem tido.

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