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Está frio lá fora. Tanto, que a minha caneca de café arrefeceu, demasiado depressa. A minha boca secou e os meus sentidos perderam-se na noite. O café soube-me a pouco, muito pouco até. Não me aconchegou a alma, nem tão pouco me fez senti-la. Acho que ainda não disse, mas não sei dela. Pegou nas suas botas de tropa e fez-se à estrada. Nem sequer olha para trás, para ver se estou bem. É certo que se o fizesse eu sorriria, porque não gosto nada que se preocupe. Eu sorriria, mas ela não olha. E eu também não vejo as suas pegadas fundas na lama nem o seu sorriso na Lua. Está tanto frio lá fora e ela anda por aí sozinha. Está frio, mas eu vou esperar por ela debaixo dos lençóis. Com um novo café quente junto da cabeceira e um cigarro de boas vindas, porque mesmo com a sua doce arrogância ela é sempre bem vinda a casa.

7 comentários:

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