E o chá inglês quente voltou. Ele e tu. Confesso que já tinha saudades tuas, minha doce chuva. De ti, e de tudo o que trazes contigo. As botas com lama e os caracóis a pingar. O nariz vermelho e as luzes que gritam no céu. O frio que faz voar chapéus de chuva e as poças que piso. Oh, se tinha. Mas olha, estou a sussurrar para que a minha alma não me oiça, porque tu sabes.. ela não gosta nada de ter saudades. Sempre me disse que sentir era como dar a nossa força a mão alheia, quase como mandá-la fora. E olha, ela tem a sua razão, e só por isso é que eu até gosto que ela me queira forte. Ela tem feito muito por isso e tu só a vieste ajudar mais ainda. Sempre te compararam muito a ela e não sei bem porquê. Uma vez, disseram-me: '-gosto do encanto da tua alma. é misteriosa. é como um dia chuvoso de inverno,sabias? ás vezes escura, mas não deixa de ser bonita. parece sempre muito fria e forte, mas o que ninguém sabe, é que nem todos os dias é assim, uma mistura de tons escuros com silêncio. ás vezes ela dói, não é? e faz barulho.' Sabes, a minha alma nunca mais se esquecera de tais palavras. Acho até que essas mesmas só fizeram com que a adoração por ti se tornasse maior. Talves por serem mesmo parecidas. O certo é que a minha alminha está feliz por estares de volta, e eu também. É quase como se recebesse o dobro da força, sabes? e oh, é tão bom ter os meus dias de chuva de volta.
Agora vou ver se a minha alma descansa. Deixo-te um beijinho fresco junto à caneca de chá inglês, já vazia.

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