22:16#

Pequenina alma, hoje foi um dia relativamente calmo. Asério. Cruzei-me contigo, numa rua mais deserta. E olha, desculpa por não ter ficado a ouvir-te a tarde toda, mas lembra-te que foste tu que fugiste de mim e por enquanto, ainda te quero longe. Já soube que deste o meu recado à Lua e ela retribuíu o beijinho que lhe mandei e ainda bem. Hoje disseste-me também que estás melhor, mais calma. E eu, enquanto agarrava o meu maço, sorri. Fico feliz por ti. Parece que estás a cicatrizar e isso é bom, certo? estou tão feliz por ti, minha pequenina alma, mas continuo a não te querer por aqui. Só espero que percebas. Ainda não me sinto preparada para voltar a sentir, compreendes? e talvez isso seja o melhor agora. A ausência de um pouco, de tudo.
E olha, eu também estou melhor.
Peguei no isqueiro e acendi-o. Não é que não estivesse calma porque até estava, mas olha, já é aquela rotina. E oh, soube-me tão bem. Quase como uma chávena de café,forte e quente. Olha, agora tenho sono e algumas saudades, do teu perfume. Sabes o que fui fazer? fui buscar o peluche. Aquele que me ofereceste e que eu fiz questão de o esconder no armário para não me cheirar a ti quando estou no quarto. Fui buscá-lo e oh, cheira tão bem. Hoje vai dormir comigo. E olha, não estou a ser fraca, e sabes porquê? a minha alma continua longe e por isso não pode vir matar saudades do teu perfume.

ñ tenhas pressa pequenina.

Pequenina, não sei por onde andas e também não sei se irás ler este bilhete que te deixo junto da Lua que tu tanto admiras. Provavelmente não, mas não faz mal. Secalhar até é o melhor. Não leres e não saberes que anda gente à tua procura. Gente que se preocupa muito contigo e comigo. Mas olha, fica descansada que eu não ando à tua procura e sabes porquê? Porque sei o quanto precisas disto. Desta distância. De te sentires perdida e sozinha. De não olhares e não te importares com nada. Sabes, eu conheço-te bem. E sei o quanto queres ficar bem. E agora tu respondias-me: eu não estou mal mas também não me sinto bem, simplesmente não me sinto. Não é verdade? sei que sim. Sei que corres para longe porque deixas de te sentir e preferes assim. Também sei que hoje cruzaste-te com a pequenina dele e que foste muito forte, sei de tudo isso porque mesmo tu não estando aqui, olha, estas coisas sentem-se, e bem, nós somos feitas da mesma matéria, nunca te esqueças disso. Já avisei o grupo para não se preocupar. E olha, não tenhas pressas em regressar a mim, pequenina alminha. Demora o tempo que precisares e olha, já que andas tão longe, manda um beijinho à Lua por mim.

vai lá.

Boa noite meu amor.. quer dizer, boa noite a ti, alminha que andas por aí à procura de um lugar novo para poisares. Vim dizer-te que são precisamente 23h43 e bem, estou farta de comer. Sabias que como muito quando estou irritada? sim é verdade. E quando estou chateada, não como nada. Acho que vai ser o caso de amanhã. Agora tenho os olhos molhados, mas estou a limpá-los discretamente para que ninguém repare. Sabes, não gosto que me vejam assim. Prefiro olhar para baixo e desenhar um sorriso que não é meu. E olha, é mesmo isso. Estou agora a tentar escrever algo que faça sentido sem borrar o papel mas custa-me muito. E eu só posso desejar que sejas muito feliz, não é verdade? Vou agarrar-me ao meu maço e esperar que este não se molhe, e olha, o meu último bafo da noite vai ser para ti. Para que a tua alma possa voar com todo o fumo que deixo ir e que encontre um coração mais saúdavel para ti, mas que não te ame mais que o meu. Boa noite e vai lá.

dream.

Deitei-me com o cheiro a chesterfield nos dedos e um -boa noite- ao ouvido... Era de manhã, mas não sei precisar as horas. O quente dos lençóis deu-me a ideia que tinhamos estado ali a noite toda, nos braços um do outro. Eu estava debruçada sobre o teu peito e olha, ele ecoava um som tão bonito que depressa percebi que era o teu coração a comunicar. E não era comigo, era com a minha pequena alma. E oh, era quase como uma canção de embalar, o que deixou a minha alma bastante calma. Os teus dedos brincavam como se fossem uma criança, a saltar de lábio em lábio. E eu, bem, sorria, ainda um pouco ensonada. Nunca percebi a tua adoração com os meus lábios. Mas não faz mal, tu também nunca soubeste da minha adoração pelas tuas grandes esmeraldas, por isso, posso dizer que estamos quites. Mas continuando, larguei-te a mão que não se encontrava divertida com os meus finos lábios e fui buscar um cigarro. Era marlboro, não sei como. Sendo esta a minha marca preferida mas é raro comprá-la devido ao preço. Mas pronto, não tem de fazer sentido. Na verdade, nada disto faz sentido. Fui buscar o isqueiro ás calças que estavam sob a cama e acendi o cigarro. Olhaste-me e disseste que aquilo só me fazia era mal. Eu franzi as sobrancelhas, e respondi-te que também tu me fazias muito mal e eu bem, estava ali, contigo, à mesma. Não respondeste e eu acabei por me juntar novamente a ti, debaixo dos lençóis, com a cabeça sobre o teu peito enquanto da minha boca saiam nuvens de fumo que tu insistias em afastar com a mão. Eu sorri. Ficámos assim talvés uns bons 10 minutos, de olhos grudados um no outro, num silêncio bom. Até que me olhaste com um ar sério e pronunciaste baixinho -não me fujas-.Franzi novamente as sobrancelhas e respondi -mas eu estou aqui agora-. Tu olhaste-me, e com um tom zangado respondeste -eu sei que estás aqui agora, mas é exactamente isso, quanto tempo vai durar o nosso 'agora'?-. Os teus olhos ficaram vermelhos, sabes, aquele vermelho de quando estás chateado e bem, os meus ficaram iguais. Depois disso, deste-me um abraço muito apertado e eu ouvi-te soluçar. Dei-te um beijinho na testa, como costumavas fazer comigo e respondi baixinho -eu não quero ir a lado nenhum mas não significa que não vá, tu sabes-. Depois disso, abri os olhos.

21#

Foram beijinhos na testa e um abraço apertado. Foi um pedido de desculpas e um 'esquece isso'. Foi uma alma que chorou por dentro, mas que não se ouviu. Foi um adeus, antes de o ser.
E agora, dois meses depois, é uma alma que só quer ficar bem.

17#

Olha.. eu não me esqueci de ti. E é importante que, no fundo, a tua alma saiba disso. Mesmo que a tua personagem já não pense em tal coisa. É importante que saibas que tinhas a minha alma na tua mão e eu, tinha a tua no meu coração. Por mais pequeno e frio que este fosse. É importante que saibas que eu não precisava de mais nada para estar bem e para estar mal também. Se é que me entendes. É importante que saibas que eu sabia o quanto detestavas que fumasse e olha, voltei a fazê-lo. É importante também, que saibas que eu não deixei de acreditar ou que apenas desisti. Nada disso, só quero a minha pequenina alma, bem e de volta. E para isso, é preciso fingir que não dói. Fingir que nao estás lá e fingir que nada importa. E claro não me esqueço do meu marlboro que funciona como calmante e me ajuda nesse processo. E é mesmo isso. Já não me interesso. Adeus e olha.. eu não me esqueci de ti.
Olha, a Lua ontem à noite estava tão bonita. E sim, estou outra vez a escrever sobre ela. O céu também estava lindo, estava escuro e a Lua destacava-se. Estava desfocada, se é que assim se pode chamar. Sabes, não se conseguia ver muito bem. Acho que as nuvens queriam escondê-la. Daí o efeito. E olha, acho que ela sabe do meu amor por ti e então decidiu fazer-me companhia. É que também eu estou protegida pela força que vou adquirindo e escondo-me por detrás de sorrisos, assim como ela por detrás das nuvens. Somos parecidas. Acho até que ás vezes, ela é o meu amor por ti, e as nuvens são a minha força. Tentam disfarçar. E olha, ontem escondi o teu amor por trás de uma nuvem mas ele veio ter comigo. Não sei como, não o chamei e não lhe ensinei o caminho. Mas a verdade é que ele veio e não me deixou dormir. Senti-o debaixo dos lençóis a morder-me. E agora, pela manhã, continua aqui a chatear-me. Mas não lhe tenho dado importância. Logo à tarde vens tu e o meu amor por ti vai com certeza dar sinais porque a verdade é que estou com saudades, muitas e essas, hoje estão com força. Mas olha, vou dar-te um beijinho e vou embora.

01:38*

E quando eu fecho os olhos não consigo ver mais nada senão as tuas esmeraldas a observarem-me. E isso assusta-me. Um bocadinho. A imagem dos teus olhos debruçados sobre a minha alma que embora ensonada não se deixa dormir. Ela e eu. E eu quero tanto dormir. Apagas essa luz verde que me está a despir a alma, por favor?

shit.

Eu. Tu. No mesmo sitio. Não vai dar merda, não é? vamos fingir que sim. fuck.

tenho saudades de sentir tudo ao mesmo tempo,por ti.

Acho que pela primeira vez admito que estou uma lástima. Não se trata de aguentar a voz de uma lalma dificil, mas sim duas. A minha e a tua. Aguento a minha por ainda doer e por sussurrar o teu nome à noite. Por se satisfazer com a tua pequena alma. E depois, aguento a tua por dar cabo da minha e mesmo assim não descolarem uma da outra. Para onde a tua vai, a minha segue-te. Para onde eu vou, tu segues-me. Sempre com passos silênciosos e em corpos cheios de orgulho. É assim desde o começo. É assim mesmo depois de muitas portas fechadas e de muitas despedidas que doeram. É assim porque nenhum de nós desiste no verdadeiro sentido do verbo. É assim, porque um dia, as duas almas voltam a encontrar-se. Voltam a cruzar-se na mesma rua e voltam a sorrir ironicamente, escondendo as feridas que se acumulam. É assim, porque o amor que sinto não me sai das entranhas. É assim porque amamos como quem odeia. É assim,porque no fundo é mesmo assim. Duas almas que não sabem amar mas amam. Duas almas que se odeiam porque amam sem saberem amar. E é assim que eu fico uma lástima.

noites com chuva e de certo modo, sem.

Hoje, quando finalmente fechei os olhos eram já 6h da manhã. E de toda a noite em branco,só me lembro bem da música que a chuva produzia ao bater na janela. É um dos meus grandes fascínios, assim como o café que me acompanha enquanto escrevo. Sempre gostei de dias chuvosos e das noites também. Fazem-me lembrar os nossos dias passados na escadaria fria junto ao telhado e o som das gotinhas de água a chocarem contra as telhas, por vezes também ouviamos a trovoada, lembraste? São dias como estes que me trazem alguma tranquilidade. Que é o que eu preciso agora. Mas também me trazem um pouco de ti, um pouco cada vez mais pequeno, só para que saibas. Mas pronto, eu preciso é de tranquilidade e preciso de mim. Ultimamente tenho andado ausente de mim mesma, mesmo que isto não faça qualquer sentido. Preciso de tudo isto e preciso de dormir. Preciso de noites de tranquilidade, sem que estas tragam um pouco de ti para me perturbar a alma. Sei que é dificil,mas preciso de noites só minhas.